Nesta segunda, 31 de dezembro, foi realizada a 88ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, prova que marca o fim do calendário esportivo de corridas de rua do ano em São Paulo.
Depois da mudança de percurso que gerou muitos protestos no ano passado, terminando na ocasião no lamaçal na área do parque do ibirapuera, a prova voltou a terminar na Av. Paulista, recuperando um pouco da tradição da prova. Outra novidade foi que depois de disputada de noite e a partir da década de 90 à tarde, a prova tem sua estreia no período da manhã.
Só achei que as 9 horas é um horário muito tarde ainda mais no horário de verão, considerando que a maioria termina a prova depois das 10h15min. Devido ao calor, muita gente pode passar mal no percurso. Ideal que a largada fosse as 7 horas da manhã.
A prova também vem perdendo seu brilho, com cada vez menos participantes da forte elite mundial. É o preço que se paga principalmente pela desorganização.
Retirei o kit no primeiro dia (sexta) no ginásio do ibirapuera, mesmo local de 2010. Diferentemente do ano passado que fui no segundo dia no fim da tarde, desta vez fui no primeiro dia a tarde. Resultado: pouco mais de duas horas de fila e sol na cabeça para retirar o kit, até atletas da elite passaram por um perrengue para conseguir o kit de participação. Amigos e amigas que retiraram seus kits no segundo dia (sábado) ou terceiro e último dia (domingo) levaram entre 5 e 10 minutos para fazê-lo. Ano que vem então primeiro dia? Nem a pau! Perdi mais tempo para retirar o kit do que estimei para completar os 15km da prova (1h30).
O kit veio composto por camiseta, chip, número de peito, papeis de merchandising além de “amostras grátis” de produtos de patrocinadores do evento. Camiseta branca como no ano passado mas achei mal desenhada, poderiam ter caprichado mais. Pelo menos a medalha deste ano ficou tão bonita (ou até mais que) comparando com a do ano passado.
Logo depois da retirada na sexta fiz meu último treino do ano, 40min de rodagem, quase na casa dos 8km pelas ruas do bairro. A alimentação no domingo, tanto o almoço quanto a janta foram a base de carboidrato, agora de verdade, macarrão, para dar certa sustância para a prova, afinal a brigadeiro estaria a poucas horas de mim.
Não estava com expectativas para a corrida. Apenas festejar o fim de ano e chegar inteiro para não dormir a noite toda. Como marquei viagem para virar o ano no Rio, sem hospedagem, não posso me dar ao luxo de forçar e cansar muito nesta prova, afinal não vou ter um pingo de descanso até a noite do dia seguinte.
Segunda, depois de levantar as 6h30min e colocar a roupa da corrida, tomei um café rápido: pão e água, e parti para buscar a Amanda e partir para a paulista. Como no ano passado, preferi ir de Metrô: melhor por não ter muita opção de estacionamento próximo a Paulista, interdições na cidade e rápido acesso. As 7h30min o carro já estava parado no estacionamento próximo ao Metrô Tietê. No metropolitano fiz o percurso Tietê > Luz > Paulista > Trianon chegando próximo às 8 horas na região do MASP.
Com as coisas guardadas nos “ônibus guarda-volumes” estacionados próximo ao MASP, foi tempo de guardar as coisas, dar a última passada no banheiro, fazer um alongamento muito rápido, afinal neste momento faltavam cerca de cinco minutos para o início da prova e partir em direção a largada.
Conseguimos ficar bem próximo ao linha de largada, bem na boca de acesso dos 5min/km. A prova teve início pontualmente as 9 horas para a elite masculina e pelotão geral.
Até sair da paulista é praticamente caminhar e tomar cuidado com os sem noção que se veem uma camera na frente pulam em cima e não importa quem esta na frente, passei próximo a uma camera (que não vi) e quando vi tinha uns 10 pulando em cima e empurrando, bem senso acima de tudo né?!
A prova nos primeiros 8km foi praticamente só descida. Até a Consolação não tinha muito o que fazer a não ser acompanhar os blocos, afinal são 25 mil inscritos e cerca de 10 mil pipocas participando do evento, muita gente.
Encontrei meu tio, Mario, maratonista, na descida em direção da Av. Pacaembu, algo bem inesperado ainda mais pela quantidade de gente nesse meio.
A partir da avenida Pacaembu deu para se soltar mais e impor um ritmo próprio sem mais se conter por causa do pessoal. O primeiro ponto de hidratação só apareceu no km 4, depois da Av Pacaembu. Os próximos seriam nos Kms 7 (água e Gatorade), 10, o último antes da subida da famosa brigadeiro no km 12 (água e Gatorade) e fechando logo depois de escalar a brigadeiro no km 14, para tomar a paulista e concluir a prova. Ainda sobre a hidratação parece também que la ninguém nunca havia feito uma prova: todos atacavam o primeiro ponto de distribuição, sendo que havia mais 5 em seguida, ou seja, faziam aquele tumulto, bloqueavam o caminho rodeando o ponto, ninguém conseguia pegar naquele ponto depressa e muita gente ficava parada e esperando sendo que nem 20 metros dali haviam mais pontos…
Ano passado esta foi minha primeira prova com distancia superior a 10km, e quebrei pouco depois do teatro municipal, este ano: também! Alias, antes até… Realmente não esperava mas a prova ficou mais pesada e o sol veio forte. Apesar do dia ter amanhecido nublado, com temperatura agradável, o sol logo deu as caras e elevou muito a temperatura principalmente quando iniciou a parte mais difícil da prova, os 8Kms finais de subida. E para ajudar na famosa brigadeiro me aparece uma dor nas costas que não conseguia utilizar o braço para me impulsionar: boa hora para aparecer não?!
Não achei que teria muita gente assistindo a corrida principalmente pelo horário ter mudado, mas engano meu, havia gente assistindo e apoiando no percurso todo! Até mais comparando com o ano anterior.
Terminar a corrida na paulista é diferente, tem um gosto especial, é uma coisa indescritível, só estando participando para saber.
Esta prova tempo é o de menos, você não consegue correr pela quantidade de gente, além de ser uma prova muito técnica e difícil, vale a diversão.
Com o kit finisher retirado, restou correr agora para casa que o voo para o RJ me aguarda. Enfim, fechamos 2012 com o objetivo de correr pelo menos uma meia maratona (corri cinco, além de uma de 25) alcançados.
Que venha muitos quilômetros em 2013, e que tenham todos um feliz Ano Novo com muita paz, saúde, amor, dinheiro, conquistas e alegrias!! Quem sabe a primeira maratona.
Ainda não defini qual prova abre meu calendário 2013, isso fica para depois do descanso!
Fazendo um comentário pós viagem: Havia muita gente no aeroporto Santos Dumont no RJ, tanto com a camiseta da prova até com a medalha pendurada no pescoço. Mostra o lado positivo da mudança para o horário da manhã prova neste aspecto: Conseguimos fazer a corrida, cedo, e a tarde voltar ou para a cidade de origem para passar o réveillon ou mesmo viajar para curtir a virada.