Sabe uma daquelas provas que você sempre objetivou e planejou fazer, mas principalmente por se tratar de outro pais, sempre adiou, deixou para o próximo ano? Enfim, desta vez foi, fiz a Maratona de Buenos Aires, minha quinta maratona.
Em fevereiro deste ano, 2018, fiz a inscrição para a prova e comentei na assessoria, onde encontrei mais gente inscrita nela e mais gente de lá animou e se inscreveu. Por fim se formou um grupo muito bom.
A ansiedade para a prova durou praticamente duas semanas anteriores a ela, desde que os treinos começaram a diminuir.
Comprei a estadia em Buenos Aires para sábado e domingo apenas, viagem bem estilo bate volta.
Infelizmente a data da prova não coincidiu com feriado este ano, como nos anteriores, pois daria para ter esticado quatro dias por lá.
Sexta feira, pré viagem, foi day off. Passei na Track & Field para comprar uma cinta para colocar gel, celular, e outras coisas que atrapalham se deixar no bolso durante a prova, logo depois do trabalho. Chegando em casa, fiz a mochila para embarcar para a Argentina.
Levei bem pouco para a prova: a roupa que iria seria a mesma da volta, uma camiseta extra, cueca, meia, remédios, escova e creme dental. Além dos itens mais importantes, e o que usaria na prova: camiseta, bermuda, viseira, a cinta que comentei anteriormente ja carregada com o GU e o Advil. Relógio e o tênis que iria para a prova ja foram comigo no avião.
Pelo Climatempo, a temperatura no sábado girava em torno dos 28 graus, com virada para tempo chuvoso no fim do dia, que se estenderia para domingo, com a prova sendo feita em tempo nublado com abertura de sol, e média em torno de 18 graus. Portanto não seria necessário levar algo para frio.
Com o embarque previsto para as 8:15, restou dormir e ir para o aeroporto.
Chegou sábado. Acordei por volta das 6:30, tomei o café e aguardei a Sil e a Dani virem em casa, deixar o carro para ir-mos ao aeroporto. Depois de uns desencontros, acabamos deixando para nos encontrar no aeroporto mesmo, há alguns minutos do embarque.
Não havíamos feito o check-in até então, e não foi possível realizar “em cima da hora”, não sabia. Levamos um “no show” com isso, tivemos o voo alterado para as 11 e uma multa de quase 500 reais, paciência!!
Com a passagem nova em mãos, fomos direto para o embarque, fizemos todos os procedimentos de saída, demos uma passada na Dufry onde comprei um fone wireless e a Sil um Garmin 235, já que levaram o dela no penúltimo longo para a Maratona, e ficamos aguardando no Starbucks em frente ao portão que embarcaríamos para lá.
Aguardando o vôo, apareceu o Gustavo da assessoria, que também estava indo para a prova, sozinho. Por coincidência estava no mesmo voo que a gente: tanto no de ida quanto no de volta.
Chegamos na Argentina por volta da 14h. O tempo ja estava chuvoso, porém muito calor.
Passamos pela imigração e fomos direto na casa de cambio do aeroporto. Trocamos cerca de 300 reais cada um por pesos, o suficiente para almoçar por la, pagar os deslocamentos e comprar os alfajor.
Passamos em uma lanchonete dentro do aeroporto mesmo para segurar a fome até o horário do jantar, que só seria as 20h.
Decidimos ir direto do aeroporto retirar os kits, e só depois para o hotel fazer o check-in.
Pegamos um Uber do aeroporto de Ezeiza (EZE) até o local da retirada dos kits, em Buenos Aires, um trajeto de cerca de 30km, em torno de 40 minutos.
Chegamos então no local da retirada no meio da tarde. Achei o local um pouco pequeno, li depois de completar a maratona em algum Instagram, que mais cedo, no sábado, estava bem cheio, ja que tinha muita gente no local. As 15h estava tranquilo, vazio, sem filas tanto para retirar o número de peito, quanto para retirar a camiseta em si.
O kit veio composto por camiseta, número de peito com chip acoplado, uma bolacha, bala de goma e cereais.
Ficamos cerca de 1h no local, tirando fotos e olhando a feira da maratona, que contava com varias lojas dos patrocinadores, principalmente da master, a Adidas, local para massagem, venda de acessórios e suplementos, algo semelhante com o que vemos por aqui.
Para retirada de kit, a maratona de Buenos Aires esta mais para uma Maratona de São Paulo organizada pela Yescom do que pela Iguana. Não foi ruim, mas esperava um pouco mais… aquela história da grama do vizinho ser mais serve se aplica aqui.
Assim que retiramos o kit e fomos para o hotel, também de Uber.
Chegando no hotel, deixamos as mochilas no quarto, descansamos um pouco e fomos jantar em Palermo, um bairro similar a Vila Mariana aqui em São Paulo, com alguns que já estavam por lá, em outros hoteis.
Em Palermo, fomos no Caruzo, uma casa de massas, onde re-encontramos o Gustavo, além da Milena, Kelly, e o Fábio, que chegou logo na saída, por volta das 22h30. Quando chegamos para jantar, umas 21h, estava um mormaço similar ao que pegamos ainda no aeroporto, mas quando saímos do jantar, a temperatura ja havia caído bastante.
De volta para o hotel, terminei de organizar as coisas para a corrida, e dormi por volta da 1 da manhã, totalmente exausto, foi um dia bem corrido! E a ansiedade ainda atrapalhou a pegar no sono, mesmo com o cansaço.
Cochilei né…! Às 5h15 da manhã, ja estava de pé. Me preparei para a prova e desci para o café. O hotel fez a gentileza para nós e puxou o café, que é as 7h da manhã para os hospedes comuns, para as 5h30, para os maratonistas. O local estava cheio, bastante gente hospedada lá para a prova.
Tomamos o café da manhã, e às 6h20 pegamos um Uber em direção da largada. Paramos cerca de 1km de lá, as 6h40. A região próxima estava com transito interditado.
Fomos andando até a arena da prova, deu cerca de dez minutos de caminhada, e a dez minutos do inicio da prova. Deu tempo de ir ao banheiro e acessar a largada. A Silvana e a Milena foram para o guarda volumes, nos perdemos então e só nos encontraríamos no pós prova.
A corrida iniciou a 7h, larguei com a Dani depois de todo mundo praticamente ter saído, e assim iniciou minha quinta maratona.
Para quem não conhece, Buenos Aires tem ruas largas e bonitas em seu centro histórico, com bastante retas, no qual se desenhou o percurso. Isso ajuda bastante a manter um ritmo constante, sem precisar ficar alternando velocidade e pegando tumulto na frente.
Houve hidratação em média a cada 5km, e isotônico a cada 5km também, mas este a partir do km 7, alternando com a água, além de alguns pontos com frutas como laranja e banana. Então nesse esquema tínhamos algum tipo de hidratação a cada 2k ou 3k de prova.
No começo da prova a água veio em garrafas de 500ml, depois em copos. Isotônico sempre e somente em copo.
Por mais que tente não consigo beber correndo. Acabo jogando tudo na cara e não bebo; sempre tenho que parar, beber andando e continuar.
Mantive um ritmo dentro do planejado, na casa dos 6min/km, curtindo bastante a prova e o momento; literalmente em um tour pela cidade.
Hove também no percurso alguns pontos com musica e bandas.
Acabei perdendo a Dani próximo a casa rosada.
Por causa de obras na região de Porto Madero, a prova teve o percurso alterado em relação a outros anos, tirou uns pontos bem bonitos que ficam nesta região.
A prova seguiu da casa rosada para o obelisco, e então para a região do caminito, por um viaduto similar ao minhocão.
No caminito, pouco depois do estádio do Boca, ja estava com um pequeno incomodo na perna esquerda, região do tendão, mesma coisa que tive na meia maratona na semana anterior, mas na oura perna. Mandei para dentro o Advil (que não ajudou) e segui.
Neste ponto, ja passara metade da prova. Voltando, próximo ao Obelisco, encontrei o Fabio, seguimos por um ou dois kms até dispersar. Segui a frente na base da corrida leve alternando com caminhada.
Passando a região do Obelisco, pegamos um segundo viaduto que nos levou até próximo ao Aeroporto, onde teria ainda que contorna-lo, passar pelo estádio do River e finalizar a prova.
Houve um local nos três ou quatro kms finais, com um pessoal jogando água para refrescar os corredores, aqueles momentos que vocês espera de braços abertos.
Passando este trecho, ja visualizamos o estádio do River, logo depois de uma subida, e o último ponto de hidratação. Vi gente desmaiando neste local, há dois km do fim da prova.
Finalizei em 4h17 alto, dentro do tempo previsto (4h15), com RP para a distância.
Terminando todos nos encontramos próximo a área de entrega de medalhas, na dispersão. Retirei a minha medalha e ficamos esperando os que faltavam terminar a prova, que foram na ordem Dani, Fabio e Kelly, esta correndo no sacrifício, lesionada.
Um ponto bem zoado para a prova, foram os que completaram próximo a 5h, ficaram sem medalha. Uma sacanagem com quem sofre tanto para concluir, ficar sem a premiação. A organização ficou de mandar depois, mas sabemos que é bem diferente.
Comparando com a Maratona de São Paulo, a de Buenos Aires tem os pontos positivos das ruas serem melhores e mais largas, o centro histórico é infinitamente mais cuidado. O centro de São Paulo fede a urina, não importa o ponto que você esteja. Além de Buenos Aires tem um percurso com poucas subidas, bastante retas, e correr a nível do mar, favorece o desempenho.
Correr em Buenos Aires seria algo como se fosse largando na Av. Paulista (nas duas faixas), sem a calçada da ciclovia, em uma linha reta na maior parte do percurso, e sem as bizarrices que acontecem no centro de São Paulo.
A prova em si, nota 10. E se o percurso voltar para o local original, repito facilmente. A única coisa que faria de diferente é a ida, deixaria para sexta para sábado cansar menos.
Terminando a prova, voltamos para o hotel caminhando (cerca de 3km), tomamos banho e fizemos o check-out.
Com o acesso wifi, li as mensagens no grupo da assessoria, do pessoal que acompanhava cada um pelo aplicativo no Brasil, foi demais! Fulano esta no km tal, ciclano vai chegar, falta tantos km para tal pessoa, e por ai vai.
Depois de tudo, fomos novamente à Palermo almoçar e ficamos na região até próximo ao horário de volta para o Aeroporto. A saída agora era pelo Aeroparque (AEP), para a volta, este que aconteceu tudo dentro do previsto… o que atrasou nesse caso foi o voo mesmo. E o Leonardo, da assessoria, voltou no mesmo voo que nós.
De volta a São Paulo, ja pensando na próxima.